Não há dúvidas de que o crescimento do mercado digital em Angola é impulsionado pelo comércio electrónico (e-commerces), daí a razão de enterdermos mais sobre como isso funciona e como é o cenário deste segmento em Angola.
Segundo os dados do sistema integrado de gestão tributária (SIGT), o comércio electrónico em Angola registou em 2019 tributos na ordem dos 15 a 20 milhões de kwanzas relativos a empresas tais como: Meumerkado, Bayqi Baobabay, E-soba store, Otchitanda, Stekargo e Tupuca.
Enquanto que, por outro lado, no mercado global de comércio electrónico, o número total de vendas atingiu os 3,5 trilhões de dólares em 2019.
Já em 2020 (com cerca de 2,05 bilhões de compradores online no mundo), os números cresceram, chegando aos 4,2 trilhões de dólares, segundo dados da Statista. Estima-se que até 2023 o comércio electrónico atinja 6,5 trilhões de dólares em vendas.
Vendo todos esses dados é possível acreditar no crescimento desse negócio e como investir nele pode ser rentável, numa era em que a facilidade e comodidade nas compras têm sido as principais preferências e exigências dos consumidores. Porém, o comércio electrónico possibilita tudo isso através da internet.
Contudo, tanto para quem deseja montar um e-commerce em Angola, quanto para quem deseja apenas usá-los para adquirir produtos de forma mais prática e simples, saber como o comércio electrónico funciona é fundamental…
Ao longo deste conteúdo você terá não somente um relato sobre a realidade do comércio electrónico em Angola, como também, um pequeno guia sobre como começar para montar um e-commerce em Angola.
O que é Comércio electrónico e como funciona
Comércio electrónico é a prática de trocas comerciais através da internet, ou seja, a prática de comprar ou vender produtos e/ou serviços utilizando a internet.
Esta prática (comércio electrónico) começou aos 11 de agosto de 1994, quando, ao meio dia, Phil Brandenberger da filadélfia usou o seu computador e seu cartão de crédito para comprar os “Ten Summoners ‘Tales” de Sting por US $ 12,48 mais frete.
Isso ficou marcado como a primeira vez que a tecnologia de criptografia foi usada para permitir uma compra pela Internet, e de lá para cá, a evolução foi tomando conta disso, fazendo com que hoje se torne num dos fenómenos mais importantes da internet, praticado em todo o mundo e com um elevado potencial de crescimento.
Como funciona
Através da definição é possível ter uma pequena ideia de como tudo funciona. Porém, para ir mais afundo, podemos dizer que o comércio electrónico funciona tal e qual o comércio tradicional, só que de uma forma totalmente digital e com muitas particularidades.
Por exemplo, ao invés de uma infraestrutura física para apreciar ou comprar produtos, você tem uma página online apresentando para você diversos produtos possíveis de serem comprados com apenas alguns cliques.
Se pensarmos bem, é até mais vantajoso se nos colocarmos no lado do cliente.
Mas, para quem opta por ter uma loja virtual (e-commerce) ao invés de uma loja física, as vantagens são praticamente a mesmo nível, pois você investe menos para ter uma loja virtual, diferente de arrendar um espaço físico e ainda incluir custos com o transporte particular até a loja (só para dar um exemplo).
Outra questão muito importante no funcionamento do comércio electrónico é o Marketing.
Sendo uma loja virtual, você não precisa, por exemplo, anunciar em outdoors ou saindo por aí colocando cartazes nas ruas para promover o seu negócio. Na verdade, você tem meios digitais para tornar isso mais fácil e eficiente, como anunciar no google ou em redes sociais, por exemplo.
Quando já se tem uma loja virtual e um bom marketing feito, o funcionamento pode ser resumido em uma loja ou um mercado, onde empresas vendem produtos para seus clientes, e os clientes têm a liberdade de escolher qual produto comprar de acordo com suas necessidades, porém, tudo isso através de um dispositivo como smartphone, tablet ou computador, usando a internet para tornar isso possível.
Por onde começar para criar um e-commerce em Angola
A questão da criação de um e-commerce em Angola ou onde quer que seja requer um conhecimento técnico sobre marketing digital e criação de sites.
No entanto, você pode optar por contratar uma empresa especializada para tratar disso por você, desde o registo de domínio até a construção da infraestrutura online.
Porém, algo que deve ser levado em consideração na hora de montar um e-commerce em Angola é o registro da loja para a obtenção do NIF, que servirá como garantia de segurança para os seus clientes.
Isso significa mesmo que você terá que legalizar a sua loja virtual como uma empresa, afinal, esta envolve uma actividade comercial. E é claro que com isso você começará a pagar impostos ao estado.
Por outro lado, a questão das formas ou métodos de pagamentos.
Por muito tempo, isso foi um dos grandes desafios para quem tivesse um e-commerce em Angola, pois as soluções de pagamentos pelo telemóvel eram quase inexistentes.
Mas, agora é possível optar por serviços como o Multicaixa Express, E-kwanza ou Bai Directo, para facilitar os seus clientes na hora de pagar pelos produtos, sem que estes precisem sair de casa.
Tendo tudo isso em conta, o próximo passo a dar é a escolha do tipo de e-commerce. Você pode escolher um entre os principais tipos de e-commerces da internet. Confira-os abaixo:
Os principais tipos de comércio electrónico
Os principais tipos de comércio electrónico são também os mais praticados, e dentre eles encontram-se destacados:
- B2B – Business to Business: As transações acontecem envolvendo duas empresas. Neste tipo de comércio electrónico uma empresa tem como cliente uma outra empresa.
- B2C – Business to Consumer: As transações acontecem envolvendo uma empresa e o consumidor, ou seja, neste tipo de comércio eletrônico, as empresas vendem os seus produtos ou serviços aos consumidores finais.
- C2B – Consumer to Business: Acontece quando um consumidor vender um produto para uma empresa.
- C2C – Consumer to Consumer: No comércio electrónico C2C as transações envolvem dois consumidores, e acontece quando um consumidor vende um produto para o outro.
Existem ainda outros tipos de comércio electrónico que envolvem o governo ou administração. Porém, não são relevantes para alguém que deseja começar nesse negócio por conta de um e-commerce próprio, pois o mais provável é que o seu tipo de comércio electrónico envolva apenas consumidores e empresas.
Por que as empresas (e não só) devem apostar no comércio electrónico
Existem várias razões pelas quais as empresas ou até mesmo pessoas singulares em Angola devem apostar no comércio electrónico. A principal entre elas é atender os interesses e as necessidades dos consumidores, sobretudo no tempo em que estamos.
Durante este período que vivemos, caracterizado por restrições causadas pela pandemia que assola o mundo, os consumidores estão mais atentos à formas mais seguras de adquirir produtos sem que precisem sair de casa.
Daí, surge o interesse de querer comprar produtos em lojas na internet.
Este é um comportamento que vem tomando conta de vários angolanos, em tempo em que as compras online se intensificam em todo o mundo.
Em Angola, há actualmente mais de 30 lojas virtuais que somadas a lojas internacionais como o Aliexpress, Alibaba e Amazon, fazem com que as vantagens do comércio electrónico se reflitam na vida dos angolanos, enquanto as empresas deste mercado vão rendendo naturalmente com isso.
Todavia, as empresas devem também apostar no comércio eletrónico em Angola por uma questão de redução de custos, já que a criação de uma loja virtual requer menos custos do que uma loja física.
Os desafios do comércio electrónico em Angola
Até aqui você deve estar pensando que o comércio electrónico em Angola é uma maravilha, e é, na verdade, se considerarmos apenas as suas vantagens. Mas como tudo, tem os seus desafios.
Em Angola, os desafios do comércio electrónico estão assentes no processo de importação de bens, desalfandegamento, entrega de mercadorias e métodos de pagamentos, apesar de, à medida em que o tempo passa, vão sendo lançadas novas tecnologias de pagamentos pelo telemóvel para facilitar o comércio electrónico em Angola.
Outro grande desafio que está mais para o lado dos consumidores é o preço alto dos pacotes de internet. É realmente uma grande preocupação, pois quanto mais usuários de internet tiver em Angola, maiores serão os números de vendas online.
Em Angola, num total de 30 milhões de habitantes, apenas 6 milhões de pessoas têm acesso a internet, segundo dados do INACOM, isto é um dos motivos para que o comércio electrónico em Angola não atinja o número de vendas atingido em outros países, pois ainda temos um dos preços de internet mais caro de África.
Saiba mais sobre isso no artigo sobre o acesso a internet em Angola.
Exemplos de e-commerces (plataformas de comércio electrónico) em Angola
É correcto afirmar que o comércio electrónico em Angola cresce em bom rítmo, significando assim o motor de arranque do mercado digital angolano.
Em Angola, há bons exemplos de plataformas de e-commerces que são um sucesso, e juntas, contribuem para que as compras e vendas na internet aconteçam de forma prática e descomplicada em Angola.
Confira abaixo a lista de e-commerces que são exemplos em Angola:
- Bayqi – BayQi é uma plataforma de Comercio Eletrónico (B2C) que permite o Vendedor em qualquer parte do mundo vender os seus produtos diretamente ao Consumidor final em África.
- SteKargo – A Stekargo.com é a loja online criada sob um conceito particular, onde é possível comprar artigos de toda parte do mundo – desde que permitido por lei – e recebê-los em sua casa.
- Baobabay – A Baobabay é uma empresa actuando no mercado físico e digital, com uma loja online onde é possível comprar telemóveis de diferentes marcas, reconhecidas nacional e internacionalmente.
Se você quer ver mais bons exempos de e-commerces angolanos, confira o artigo sobre as 31 melhores lojas virtuais para comprar na internet em Angola.