É comum, nos dias de hoje, ao passear na rua sermos confortados com vários estilos, sejam eles de vestir, andar, falar, etc. O que vamos falar aqui neste artigo é de um componente do estilo de vestir de algumas pessoas. Os piercings são alvo de muito preconceito mas, por outro lado, muitos jovens não sabem os riscos que correm ao optar por esta tendência mundial.
Vamos abordar várias questões: O que é um piercing? Como e onde se pode fazer? Quem o pode fazer? Quais os possíveis riscos e problemas? Quanto tempo demora um piercing a cicatrizar? Sabia estas e muitas outras questões sobre os piercings.
O que é um piercing?
Na ortografia portuguesa, esta palavra estrangeira pode ser escrita da seguinte forma: pírcingue. Este modo de personalizar o corpo é oriundo de muitas tribos ainda hoje existentes em África que o utilizavam e utilizam para dar ao corpo características de alguns animais.
Esta palavra, quando traduzida para português, ilustra o ato de furar. Neste caso, é o ato de furar a pele e colocar, no furo realizado, uma peça de metal esterilizado.
Como e onde se pode fazer?
Os piercings podem ser feitos em lojas próprias (estúdios de piercing/tatuagens) ou, por vezes, podem ser realizados por pessoas habilidosas no seu próprio lar. Pode ser feito em todas as partes do corpo, das mais zonas mais visíveis às mais tapadas e sensíveis.
Fazer um piercing provoca dor?
A resposta a esta pergunta é bastante subjetiva, pois a perceção da dor é inconstante, dependendo de pessoa para pessoa. Geralmente, como no momento da perfuração a pessoa está de tal forma excitada e ansiosa, é produzida adrenalina, o que vai diminuir a sensação de dor. Em outros casos são utilizadas substâncias que anestesiam a zona a perfurar.
Quem pode e que tipo de pessoa pode fazer um piercing?
Todas as pessoas o podem fazer, no entanto, as que têm sensibilidades dérmicas (sensibilidades na pele) e até outros problemas de saúde, não devem optar por esta moda pois pode interferir de uma forma negativa com o organismo.
Estas interações dependem de pessoa para pessoa e de doença para doença. Daí que é muito importante o aconselhamento por um profissional – médico, enfermeiro, tatuador – antes de realizar qualquer tipo de modificação no seu corpo, seja esta mínima ou não.
Qual o tempo de cicatrização?
O tempo de cicatrização da perfuração depende do local que foi utilizado. Segue-se uma lista com os vários locais e os respetivos tempos de cicatrização geralmente observados:
- Lábio –2 a 6 semanas
- Língua –4 a 6 semanas
- Bochecha –2 a 3 meses
- Sobrancelha –2 a 5 meses
- Tragus (orelha) –2 a 12 meses
- Lóbulo (orelha) –1 a 3 meses
- Sobrancelha, Septo –6 a 8 meses
- Cartilagem da orelha –1 ano
- Aba do nariz (septo) –2 meses a 1 ano
- Umbigo –3 meses a 1 ano
- Mamilo –4 meses a 1 ano
- Lábio interno, Clitóris –4 a 8 semanas
- Lábio externo, Períneo –2 a 6 meses
- Pénis –8 semanas
- Nuca –6 a 8 meses
- Braço/pulso –1 a 2 meses
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Que problemas podem ocorrer quando se faz um piercing?
A localização do piercing irá fazer com que haja mais ou menos complicações, mas o que influencia quase na totalidade são os hábitos e cuidados que a pessoa que o possui adota. É importante que tenhamos os cuidados certos, de forma a não originar qualquer tipo de infeção.
Quando o piercing é realizado na pele, ou seja, na zona exterior do corpo, fazer uma desinfeção com alguma frequência – de hora em hora – nos primeiros dias, e depois com menos frequência, mas constante – uma vez por dia – é essencial. Com o passar do dia, bactérias e células mortas podem-se acumular e originar infeções. Com a desinfeção, a probabilidade de estas infeções se originarem é muito inferior.
Quando o piercing é feito em zonas mais quentes e húmidas – zona dos órgãos genitais – convém uma maior vigilância, visto que se trata de uma zona mais quente do que as restantes partes do corpo.
Quando o piercing se encontra na boca, já temos de adotar cuidados mais rigorosos porque o local é muito húmido e quente, ou seja, é um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias e futuras infeções.
Quando realizado na boca, existe ainda o risco de endocardite – infeção do endocárdio (camada mais interna do coração) provocada por bactérias presentes na boca que, quando se dá a perfuração, atacam o coração através do furo realizado, invadindo a corrente sanguínea.
Outros riscos possíveis:
Piercing no alto da orelha – A baixa vascularização pode levar à deformação da cartilagem, exigindo cirurgia plástica reparadora.
Piercing no nariz – A haste interna – em geral longa para facilitar o manuseamento – pode amolgar o septo nasal; O risco de infeção é grande, pois o local é húmido e está constantemente em contato com a poluição.
Piercing no umbigo – O corpo estranho – piercing – pode provocar a formação de cistos, levando à necessidade de cirurgia. O risco de infeção é muito grande. Como muitas pessoas se esquecem de lavar bem a região, esta fica húmida e exposta a bactérias.
Piercing na língua – Há risco de desgaste da parte interna dos dentes da frente da parte inferior e de perda óssea capaz de abalar a estrutura dental. O local é quente e húmido, perfeito para a proliferação de bactérias.